sábado, abril 25, 2009

Ah...a esperança...




Morador de São Gonçalo, no Rio,bateu de porta em porta em porta para receber livros.E abriu uma biblioteca comunitária com mais de 10 mil volumes em sua casa,mesmo sendo analfabeto funcional.                                                   (O Estado de S.Paulo ,5/10/2005)

 Minha infância nunca foi algo que se possa chamar de interessante.Nunca fui o tipo de criança que ficava em baixo de uma árvore lendo ou escrevendo.Como meu pai dizia:Aprender a ler?Isso não dá futuro.Era isso que ele dizia toda vez que minha mãe pedia para nos levar(nós os 12 filhos)a escola.
Sempre tive curiosidade de saber como é ter um livro nas mãos ,páginas e mais páginas ,sílabas,palavras tudo colocado em ordem para criar um sentido.
A implicância de meu pai foi tanta que acabei desistindo de aprender a ler,e se acreditarem já cheguei até a dizer junto dele :Aprender a ler? isso não dá futuro!
Até que ele apareceu ,foi como um anjo na minha vida .Já cheguei até a chama-lo de louco.Quem era aquele homem ?Que nem sabia ler como eu ,e que tinha tanto fascínio por livros ?
Mas.foi aquele homem que tão pouco tinha para ensinar ,e me ensinou tudo o que sabia.Foi ele que me ensinou a escrever meu próprio nome.Mas  eu queria mais,queria aprender a ler e a escrever e a entender todas a palavras se possível.
Mas ele me deu muito mais do que poucas aulas sobre como escrever o nome.Ele me deu força,e coragem para seguir em frente .
E fui,corri atrás.
Hoje posso dizer que devo tudo a ele.
Devo a ele a minha carreira  de escritor  ,os 5 best-sellers ,as 30 semanas que meu último livro ficou na lista de mais vendidos .Mas acima de tudo devo a ele a esperança,ah...a esperança ,essa não podia ter faltado.